Outro Eu

Eu passo as tardes violando palavras
e-mails que nunca chegaram
às vezes eu passo as tardes violando janelas
cortinas
e mesmo assim continuo sozinho.

Eu sei a cor
das tardes de outros domingos
sem zoológico
sem ibirapuera
sem museu do ipiranga
sem passeios de mãos dadas na avenida paulista.

A cor Leia mais

Poetrix

Grade
A grade que me separa
do resto do mundo
me prende ou me ampara?

Etnia
O cidadão.
A cidadania.
Direito à etnia.

Baratinha
Carro fechado: a baratinha
sobe pelas minhas pernas.
Eu grito e esperneio.

Doação
Coloquei à disposição
meu corpo em doação.
Ninguém quis…

Desnível
Montanha Leia mais

Preamar

Vivo a procura do mar
navegar…
sem destino
sentir o que resultou do sonhar
nadar…
buscando um abrigo
Vivo querendo me encontrar
no mar,
revolto e sombrio
naquela onda que sustentará
meu corpo,
meu arrepio
Vivo sem Leia mais

De Madre Campesina

De madre campesina
agraria inmigrante
al surco azul envuelta
y marina cantabas.
Una golondrina esparciendo
entre la lluvia dulce
del milagro vivo del vino,
madera y selva,
horizonte y sal.
De madre tierra,
hijos
pariendo Cristo
misal Leia mais

Amor Deshabitado

He visto a un hombre llorar
poesía y lágrimas secas
recuerdo vivo y olvido
a su hembra amada ha llorado
a su madre, lloró, a su hermana
ha llorado, arena deshabitada
tanta muerte, tanto designio
vivieron tristeza sus ojos.
He visto hoy – como Leia mais

O Copo e a Caneta

Olhos perdidos
No confim de uma mesa de bar
Universo repleto de mágoas
Lágrimas e gotas de sangue
Mesas se confundem
Vejo escrivaninhas
Tomadas pela dor
Embriaguez tamanha
Tomando o universo
De copos e colarinhos
Facas repletas de valentia
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Tu és Pedro

Dentro de mim
Mora um monstro
Que quando entrou
Não saiu.
Ele guarda meus vícios
Meus amores,
Seus rancores.
Dentro do rim
Mora uma pedra
Que nunca entrou
Nem saiu.
Ela guarda minhas maldades,
Minhas tristezas,
Suas Mazelas.
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O Silêncio

faz um frio de arrancar os cabelos

as unhas os dentes os olhos

faz um frio como nunca fez

faz um frio todo punhal

como naquele final de mês

depois faz um frio quente, misterioso

(no meu peito)

até eu ficar rigoroso.

Bate, bate, bate.

Está batendo meu coração
E a cada batida, uma dor aflora
Uma lembrança me arremete a alma
Um sentimento amorfo emerge
E eu me sinto pequena, pequena, pequena
Não entendo as “coisas”do coração
Não entendo as “coisas” da emoção
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“De Ti”

de ti não sou
de deus
nem do diabo
sou também
pelo caminho que me apontas
eu não vou
e a vereda que procuro
é mais além
do nosso amor
as vestes
são já trapos
do fogo da paixão
já nada resta
sabe-me a sal
a Leia mais