Ah! Esta deusa
de seios aflorados e desejos tarados…
Tu tens a libido pelos céus de Vênus,
tu cintilas… Tu deslumbras!
Teus arrepios se afundam gozos,
nos toques sagrados… Safados!
Deusa, deusa cúmplice, selvagem!
Viajo nos teus pequenos,
Porque Euscrevo
Por que escrevo?
Nasci com alma plástica
Capaz de todas as formas
O que escrevo me é ditado
Pela voz de todos os tempos
E de vários mundos
Eco na muralha do coração
Preciso escrever
Escrever é como viver
intensamente…
Interpretar
Cigana
Uma noite, cigana
toquei tua mão
teus lábios com meus olhos a brincar.
Percorri tuas fronteiras
a partir de tua boca
ladina
bandida
vermelha
incendiando meu corpo
queimando origens
arrasando idéias.
Teu corpo nu
em meu quarto
Gozos
Gozo I
Quando teu corpo me foge
pela via do gozo
que te consinto,
apenas premedito perceber,
no entreabrir
e desfalecer moribundo
de tuas pálpebras vacilantes,
uma tal e frenética felicidade búdica
inscrita nos brilhos caleidoscópicos
de tuas
SONETO VAZIO
(aos mortos-vivos)
Só, num quarto
Vazio, profundo, amargo
Um pranto rouco e louco
Rompe dentro de mim…
Ouço pássaros,
Paredes imóveis não falam,
O silêncio tortura e arranha,
O coração velho, desacreditado.
Venha pranto, segue adentro
Desespero e outro poema
Onde estão os teus olhares
Que não os vejo mais
E o toque de tuas mãos
Que me aqueceram dias atrás…
Onde está o teu sorriso
Que com a luz da manhã surgia
Iluminava o meu triste mundo
Com a tua colorida poesia…
Onde está o teu lindo