Para a Luísa Villalta

Trago comigo a indelével tristeza
dum findar de dia sem tempo
Resguarda-se a saudade do que não foi
no aconchego de um bosque de névoas eternas
Há um frio de dentro junto ao cigarro que arde
em que o esquecer resiste a um sorriso que lembra
Ainda o dia é ao desaparecer
na hora de pensar estas coisas
em que a vida faz uma pausa
à procura do sossego do que há-de ser
O querer assim acalma o espírito
como a azáfama inocente das coisas inúteis
ou a indelével tristeza que anda comigo