Típica Posição Dos Deprimidos

Ele sentou-se ao meu lado e se apalpava nervosamente. Parecia tapar os furos do seu corpo por onde vazava rindo, uma tristeza prisioneira. Um instante depois, rendeu-se e parou. As mãos postas, enfiou-as entre as pernas fechadas. Os pés, em ângulo obtuso. Bicos encostados, calcanhares afastados. Leia mais

O Bailarino Que Eu Queria…

Queria um bailarino que me tocasse,
Que dançasse na saudade,
Que me olhasse,
Que me quisesse sem maldade.
Queria um bailarino pra mim,
Que fosse mais do que tudo , um amigo,
Que me aceitasse assim,
Que caminhasse comigo.
Queria um bailarino que entre Leia mais

A Lenda dos Mil Anos

Ó mar salgado, quanto do teu sal
são lágrimas de Portugal?
Fernando Pessoa,
In Mensagem
Estamos no ano da graça de 2.500, hoje, terça-feira das Oitavas de Páscoa, vinte e um de abril, eu, Rope Zav, informático-master oficial da missão, faço saber ao meu senhor e Rei Leia mais

Geometria 3

Dica 3 – Polígonos
Um outro assunto, que vale comentarmos são os polígonos. Aqui vão algumas dicas:
1º) O nome do Polígono depende de seu nº de lados (n)

2º) Nº total de diagonais (d)

=> OBS: A formula acima pode ser decomposta em outras duas de grande importância.
=> A) n ­ Leia mais

Sede e Seda

Há sede de sedas,
de verbos, de versos.
Bastam-nos os sons
das unhas nas sedas,
de arrulhos nos versos,
de bêbados verbos
que entornam-me o cálice,
derramam metáforas,
embebem-me o poema.
As musas que me dessedentem.

Crônica de Natal

Tenho tentado parir uma crônica de Natal que não seja piegas ou alienada. Os tempos andam pra lá de bicudos, muitos problemas ainda a serem resolvidos, os mesmos de sempre: política, corrupção desenfreada, crises, violência, saúde, ensino…, o diabo.
Eu bem podia pensar num texto Leia mais

Os Braços de Morfeu

A velha rotina de acordar com a nesga de sol batendo em cheio no rosto ainda haveria de desaparecer. O que custava fazer a barra da cortina, subir numa escada e pendurar um por um os rodízios todos? Ahhhhh… preguiça desgraçada a da terça! Se pusesse a cortina, pelo menos nunca mais acordaria Leia mais

A Mãe Solitária

Com andar trôpego e lábios cerrados,
nenhum sorriso, nem mesmo no olhar,
apoiando num bordão de jacarandá,
lá ia a mãe solitária.
Seu olhar era triste e fixo no chão frio.
Resmungando ela buscava algo bem distante,
como se realmente fosse encontrá-los.
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Feijões de Molho

Em cima na pia, na cozinha,
numa bacia,
feijões de molho.
Não sei o que eles querem dizer.
Lembro que um dia pensei:
não quero nada comum.
Não quero na minha vida
esse cheiro de dia-a-dia.
Hoje tem feijão de molho na minha pia.
Debaixo d’água.
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A Mudança

A viagem transcorreu…
O Fê-nê-mê já era antigo naquele dia.
Desceram os meninos, tocaram no solo
As sandálias de borracha, primariamente.
Queria o pai fôsse mais tarde:
Não mostrar à toda a cidade os armários da madeira,
Ou dos colchões as estampas;
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