Que sei da vida?! Andante, sem bagagem
eu sei da vida que ela é passageira;
se é passageira, sem pagar passagem,
a vida é terna amiga e companheira
Que sei da vida?! A vida é qual voragem
que engole o tempo e à hora derradeira
promete a eternidade. É brincadeira?
Onde Estás o Coração?
Tantas vezes se procura e
Tão poucas vezes se encontra
E quando se encontra…
Alguém faz questão de o despedaçar
De mostrar o quão inutil ele é.
Para que serve afinal,
A porta por onde entra a felicidade
A alegria, o amor?
De que servem as
Poema
Sou um palácio feito em cristal, explodindo em luzes espelhos
Mistura revolta de mármore, ouro e diamantes
Imagens fragmentando quebrando mil pedaços
Miro calada, estranha de tantos reflexos
Silhuetas que dançam nas sombras
O vidro partido é uma espiral
Mergulho
Brasileiro Ser
Não tenho medalhas
nem tenho galardões
Carrego minha carcaça
gasta da minha ignorância
Minguado no esgoto,
apontado na ponte,
dorminhoco das vias
Viaduto de ocas,
assaltante de mim
Trapaceiro de sonhos
cego verde-amerelo
de azul
Chove
Chove muito,
Enquanto me habitas.
Percorres meu ser
dono e senhor de mim.
Encontro a vida,
no gosto da tua saliva.
Estremeço;
chama vermelha de vela,
dançarina.
Nas mãos espalmadas
deixo a noite me encontrar;
Chove muito,
Enquanto
Poemas de Bruno Kampel
DESPRESENTANDO-ME
Acusam-me de ser Bruno Kampel, e não se enganam. Pensam que sou isto ou aquilo, e sim o fazem. Em resumidas contas, sou, o que já é bastante. Descartável, como as melhores idéias. E durmo nu, como os piores pesadelos.
Isso sim: escrevo pensando no bem que escrevo.
Flagelação
Dançando ao chão o desfile triste
Contas do fio tênue desistem.
Voltas ao coração ornavam
Quem os de perto nunca amaram.
Rendo-me por fé à triste lógica
Que aspira não sei qual vitória!
Por tanta dor que já não valia
A abandonada pedraria
insiste em perguntar sabendo
–
Já…
É hora de pensar,
Raciocinar cantando
Enre luzes, mídias e anjos
O concreto de um novo dia.
É hora de amar
Mais que ontem
Se dar, doando
O máximo de um coração
A luz extirpando a escuridão.
É hora de crer,
Porque, poderá
Não
Dois Poemas de Diógenes Pereira de Araújo
SONHO VIVIDO
Em Porto Alegre há alguém junto à janela
Desfere olhares sobre a imensidão
Tais olhares provém de um coração
que sabe olhar também e alçando a vela
se apressa em por-se ao largo: é embarcação
Quer envolver um outro olhar que anela
ter
Platônico
Amo alguém, que talvez
eu nunca vá conhecer
É provável que ele nem exista
ou que, também, como eu
viva uma ausência de amor.
Sinto que o amo!
E, mesmo sem conhecê-lo
habituei-o ao convívio
das minha histórias,
integrei-o aos meus sonhos