Três Pequenos Contos para um Amor tão Grande

I.
Ele tinha um jeito doce de dizer: nunca, nunca que isso acaba entre nós…
Ela ouvia e, sabendo que era verdade, dava-lhe beijos estalados, dizendo um não-me-deixes tão sentido que a imaginação dele criava asas e , juntos, criavam um tempo que talvez nem existisse no futuro.
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Dois minicontos

DA RUA DESCONHECIDA
Troni Neto – nome mais esquisito de rua.
Mas é o que esta escrito no protocolo da Wanda Sueli.
Aquela gostosona.
Bem que me engracei naquele dia que fomos juntos pra Ricardo, de trem.
Aquele coxão.. pudera, emprenhou de novo.
Aquela gostosona.
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Sinal Vermelho

Hoje de manhã, parado aguardando o semáforo abrir, eu observava o mendigo habitual no cruzamento da praça. Ele pede moedas na janela dos carros, tenta vender umas canetas vagabundas, as mesmas de sempre, que ninguém leva. Dão-lhe as moedas e recusam a caneta. Acho que nem têm carga. Fiquei vigiando Leia mais

Inquietude

Como era o costume, nos sentamos à frente da tevê logo após o jantar.
Meu marido tomando posse do controle remoto, mudava de um noticiário ao outro, e se qualquer um de nós ousássemos interromper as notícias, erámos advertidos com um sonoro “psiu” – tão forte que ficava Leia mais

Dona, Cadê Minha Viola?

O nome dele era Simplício. Simplício da Simplicidade. Homem erado já, beirando os setenta. Pobre, magrelo e banguela, faltando os dentes da frente e só tendo as duas presas para, em forma de grampo, segurar o que entrasse boca a dentro.
Simplício era cantador dos melhores. Bom de viola. Leia mais

As Maçãs e o Sonho

Soube que era ela, a velha que vendia maçãs envenenadas. Embora disfarçada de velho vendedor de maçãs do amor não velha vendedora de frutas, aqueles olhos de peixe e criança, de peixe-criança, criança-peixe não enganavam. Eu que busco a Luz no túnel, que nunca tive Mãe nem piedade, que Leia mais

Baile Sevilhano

Minha amada está caminhando
por entre as ruas e avenidas
na ponte do cais de pedra e diz
com olhos brilhantes de fogo
um poema jamais suspirado.
Olhem a alva tez,
quando caminha!
Seus lábios trazem cantigas,
que nós falam de um oásis
entre Leia mais

Menina Gorda

Não acredito que ela e Botero alguma vez se tenham encontrado.
Países diferentes, sociedades distantes. Não, impossível. Mas que teria sido um modelo perfeito para o artista, não restam duvidas.
Gorda, imensamente gorda. Olhar misto de tranquilidade e angústia. Lábios estreitos. Leia mais

Marcos, o iluminado

OS QUATRO AMIGOS Marcos “Quatro Olhos”, Daniel “Maracanã”, Renato “Piroca” e Afonso curtiam vagar pela noite teresopolitana, depois de terem fumado maconha.

Aproximava-se a meia-noite e passavam de carro defronte do cemitério, na periferia da cidade. As estrelas Leia mais