Luz alma
Cor calma
Dor palma
Foi-se sempre nada
Através dos ares brandos?
Teve criativa salgada…
Amargurada
Triste
Existe irá?
O ontem?
Na face: paz
no olhar, lágrima
Tempestade da existência
Nos lábios, sorriso
O Bom Oficial de Justiça
“DIANTE DE MIM, O MERCADO E A MORTE DO MERCADO. FOI-SE A ALMA DA ABUNDNCIA. CADEADOS MUDOS PENDIAM SOBRE AS LOJAS, E O PAVIMENTO DE GRANITO ESTAVA LIMPO COMO UM CRÂNIO DE UM DEFUNTO. MINHA TÍMIDA ESTRELA BRUXULEAVA E ESMORECIA”
(GUEDALI ISAAC BABEL)
Tinha um cartãozinho meio cor de
Um Anjo Nas Nuvens
Conheci Orlando numa feira de automóveis, trabalhando como recepcionista, seu jeito elegante e esportivo logo chamou minha atenção, ficamos numa paquera gostosa pôr muito tempo. Sempre que ele passava pôr perto nossos olhos se encontravam, e sorrisos misturados com timidez e sensualidade marcava
O Cavaleiro Solitário
Era uma ensolarada tarde de verão; com seus raios rubros o sol descambava por entre os azulados montes que ao longe se divisavam.
Em silente estrada em pó envolta, em belo e rápido ginete um cavaleiro percorre a sinuosa trilha, e junto dele um enorme cão, animal ao qual dedicava especial
Dois Poemas
Aceno de vendaval…
O vento frio do norte cortou violento
Os caracóis rubros das ondas
Encrespando a calmaria suspeita
De um leito em latente ebulição…
Um violão, um fado amansado,
Calado, chora lamentos em surdina,
E eu, no vislumbre da distante
Otávio Vira Otário
Otávio tinha uma fazendinha perto de Tabuí. Um gadinho leiteiro, uns capados, porcos de cria, galinhada, cafezal e o diabo a quatro. A fazendinha sustentava Otávio. Acontece que a carestia pela região tava grande demais. Ninguém com dinheiro. Otávio não tinha a quem vender sua produção. E
Quase Natal
Diferente é o ar que se respira na cidade.
Apesar da chuva, do vento cortante, do frio que penetra nas camadas de roupa, dos guarda-chuvas que se voltam ao contrário, do trânsito caótico, dos pedintes postados em esquinas estratégicas, mãos sujas, estendidas à caridade, uma esmolinha,
Dialética Dos Corpos
A ígnea expressão dos desejos incandescentes
– Dialética dos corpos frementes-
Compõe o nosso universo:
Duas formas num ausente absterso.
Olhos que se cerram.
Lábios que se procuram
E se perdem na ânsia da carne,
Na volúpia do cerne,
Na
Tolerância Zero
A frustrada tentativa do brasileiro em dissimular a ignorância
Não tenho muita certeza se isso é bom ou ruim, mas as pessoas, de um modo geral, não costumam perdoar gafes de ordem, digamos, intelectual, sobretudo de gente do meio artístico, mais admirada por fatores estéticos do que propriamente
O Pé de Mamão
Eu tinha três anos de idade quando minha professora perguntou qual era meu sonho.
_ Fazer cinco anos! era certeza das mais certas.
_ Por quê? Ora, sonho a gente escolhe um difícil de realizar.
_ Meu sonho é fazer cinco anos.
_ Mas pra quê?
_ Pra eu subir no pé