O biguá estranhou aquelas gotículas de sereno transformando-se em gelo sobre suas asas brancas, logo no primeiro raiar do sol. Também estranhou a fumaça, igualmente branca, entre as árvores, sobre o curso do rio, descendo grossa pelas encostas dos morros, a tudo fazendo mais branco; indo longe…
Miracatês
Economês, advogadês, informatiquês, futebolês… são muitos (e chatos) os linguajares que poluem a comunicação, nos dias de hoje!
Mas na verdade, ninguém é imune à linguagem de seu ambiente profissional, familiar ou regional. Também temos, aqui em casa, um modo próprio de falar,
Padre Alberico
Na minha juventude havia dois comportamentos que significam o máximo de anarquia para a comunidade piumhiense: roubar galinha para fazer uma galinhada, e depois ir nadar no tanque da praça da Matriz.Naqueles anos dourados da década de 60, onde se confiava no ³fio de bigode², ³amarrava cachorro
A Vida e o Tempo
A vida pergunta ao tempo:
quanto tempo estamos juntos?
O tempo pensou, pensou …
Sabe que não sei dizer!
A vida alegre lhe respondeu:
é que já nos acostumamos
um bem perto do outro e
não vimos o tempo passar.
Engraçado, o tempo disse:
Eu
O telefone
Penso muito. Às vezes penso demais. Com freqüência ouço meus colegas de trabalho pronunciar meu nome em voz baixa, quase sempre acompanhado de adjetivos como “neurótico” ou “pirado” ou “alienado”. Não os culpo. Mas que posso eu fazer se meu espírito de poeta
Os Dez Mandamentos
Maurício era um adolescente como qualquer outro: boa-pinta, sorriso pontual, craque em Física e Matemática tanto quanto na linha de passe, namorada a tiracolo (bonitinha, por sinal). Mas ninguém foge ao destino, e, na cidade onde morava, o banditismo desenfreado vinha transformando em tragédia
Dia do Professor
Comemora-se, em 15 de outubro, o Dia do Professor. Nada ou quase nada temos a comemorar. Nossos governantes pouco estão preocupados com a cultura do povo brasileiro.
“Um salário de fazer inveja a qualquer outra classe profissional.” Desculpem a ironia!
Foram-se os bons tempos
Uma Jaca no Escuro
Fomos a São Paulo num fim de semana desses: calor enorme, paramos já na volta, para comprar cocos, mas eu – ah meninice tão distante! – pus os olhos sobre uma jaca! E o dono do caminhão me convenceu em dois tempos, rara delicadeza de pessoa:
– Minha amiga, qual é mesmo
A (Mar)
Amo seu corpo molhado
Salgado,
Gosto do seu mar
Navego no seu doce balanço
desejo apenas ancorar
no porto seguro do seu olhar
Alguns Versos
Ao final a vida a morte celebra
Na floresta já dita esquecida
Jogados em becos muito escuro
Largados frios em valas na terra
Sonhando o céu como abrigo
Deixar a vida como herança
Maldita esta que com dor torturam
Peitos que inúteis segredos guardam