Para descobrir que depois de tudo,
de tanto tempo passado,
resiste este sentimento
cravado no lado esquerdo do peito
onde teimoso, ainda bate um coração.
– novenas rezadas, promessas feitas
cumpridas ou não
e nada deste amor se acabar.
Para
Esses Meninos de Hoje…
_ Pai, o mundo vai acabar!
Luís lia sossegadamente sua revista quando Pedro, seu filho de seis anos, chegou com essa estranha notícia.
_ Ahn?
_ O fim do mundo, pai!
_ O que que tem?
_ Tá chegando! É amanhã…
_ Que isso?! Deixa de ser bobo…
_
Canapés
Canapés são gordos e magros, compridos e redondos, de queijo e de presunto, gostosos, engolidos, servidos, manipulados, conversados, ressecados, embandejados, mordidos, triturados. Por que se perder tempo com eles? São simples, mas já foram sofisticados. Podem voltar a sê-los? Não creio. Este
Uma Praça
Acabara de cair uma chuva miúda, dessas que vão molhando aos poucos o corpo e encharcando a alma. Ele, porém, não sentia a água. Caminhava pela rua sem ver ninguém naquele fim de tarde nublado em que as pessoas corriam para chegar em casa ou outro lugar ao encontro de amigos, amantes, namorados,
Põe uma Pilha
Guilherme, dois anos de idade:
– Seu tetê não funciona mais, mãe?
E a mãe, toda paciente, explica:
– Não, filho, não funciona mais.
O menino não se dá por vencido:
– Mas põe uma pilha!
ANSIOSA
Primeiro dia de aula do Leonardo. A
Morrer e Outros Poemas
MORRER
Morro como morrem
As plumas antes e depois dos carnavais
[E as fantasias morrem com o tempo]
Morro como morrem os machos
Depois de fecundarem as fêmeas
Nos delírios do amor
[de inseto]
Morro como morrem os sonhos depois de realizados
[ou sepultados]
Morro como morrem os rios
Castigados
Tiara de Algodão
Era uma vez de sonhar, outra de cobrar esperanças. Ramira voltou para casa com os olhos roxos da noite. A putinha da noite anterior. Nenhum cavaleiro noturno desembainhou a sua espada e raptou-a do dragão. Ali se feriu de nostalgia.
Ramira chorou por mais um tempo, borrou a pintura, as hematomas
Hoje é Sexta-feira
Tudo que eu queria era um mote.
Recebi hoje, Sexta-feira, um e-mail que dizia, de maneira um pouco mais elaborada do que vou reproduzir, a seguinte: frase: “Eu é que estudo letras e você que me escreve poesias?”. Além de aluna da FFLCH trata-se de uma moreninha mignon. muitíssimo
Eterna Amada
Algumas horas atrás acabei de descobrir um novo mundo assim como Cabral ou Américo. Fiz essa descoberta mais difícil que cruzar os oceanos em precárias caravelas. Quando estava no mastro olhando para o infinito lá estava ela tão verde, tão linda, tão minha e fui aproximando-me e ela me chamava
Irremediável Tristeza
E nem precisa de muito…
Dia desses, saindo no meio de uma aula chatíssima de inglês para desestressar a mente e tomar um café, encontro o João, grande companheiro de discussões filosófico-existenciais. Ele também havia saído há pouco da aula, para tomar café e desestressar a